O cristão autêntico, imbuído de sua identidade que é a vivência da graça batismal e consciente da necessidade de que como igreja, deve anunciar e se empenhar na construção de uma sociedade justa e fraterna, não pode se omitir neste momento histórico e significativo que é a política.
Mesmo respeitando a pluralidade de escolha, a consciência do cristão não o libera do compromisso fundamental de votar conforme os princípios religiosos, analisando cada candidato, quem é que o apoia, qual a sua real história de luta ao lado do povo, e qual tem sido sua conduta quando fora da época de eleição.
Os ditos populares "é tudo a mesma coisa" ou "qualquer um serve", não devem ser lemas para o cristão com responsabilidade. Reina em nosso meio um clima descrédito generalizado em relação à política e ao político. É imprescindível, no entanto, que se compreenda que a pior forma de se fazer política é "não querer saber dela". Não podemos delegar como nossos representantes, pessoas inescrupulosas, de cujas decisões nascem os "esquemas oportunistas", a apropriação indevida dos bens públicos para atender interesses privados, através dos propalados desvios de verba, disseminando a miséria.
Como escolher os canditados?
A preferência deve recair sobre o candidato que possui uma sincera adesão aos princípios fundamentais da ética social cristã, efetiva competência política e reconhecida capacidade de liderança. O voto é um bem sacratíssimo. Portanto, nossa escolha, nosso voto, deve ser no candidato que se mostrar digno de recebê-lo porque testemunha com a sua vida o modelo que escolheu para si e com o qual governará o seu povo, porque demonstra o respeito à dignidade humana e vive os preceitos de Deus.
Se um candidato já exerceu cargos na política, não votar nele sem antes buscar sólidas informações sobre a sua atuação. Não podemos permanecer escravos dos desmandos e da falta de competência de quem gerencia os recursos para o bem comum. O tempo de caminhada na Igreja, o testemunho (vida cristã coerente), a aceitação de sua candidatura pela própria comunidade onde está inserido e o bom relacionamento com outras comunidades afins são critérios que precisam ser considerados na hora da escolha do candidato.
Não vote em quem é reconhecidamente desonesto. Lembre-se: voto não se troca por coisa alguma. Se o candidato prometer empregar seu filho, asfaltar a sua rua, abrir uma escola ao lado de sua casa, com certeza ele já prometeu isso para uma porção de outros eleitores. Negue o seu voto! O dito popular: "ele rouba, mas faz", não pode prevalecer na mente e no coração dos cristãos comprometidos com o bem. E é bom "ficar de olho" nos altos gastos das campanhas: quem muito gasta, vai querer o seu dinheiro de volta, de alguma forma, se eleito. O político ideal é aquele que tem uma proposta política viável, defende a vida, os direitos humanos e é sensível aos problemas dos empobrecidos. Luta pelo bem comum e é comprometido com o Evangelho.
Nota:
(Por Victor Oliveira,
Ministério Jovem Dioc. Palmeira dos Índios)
Ministério Jovem Dioc. Palmeira dos Índios)
"O político ideal é aquele que tem uma proposta política viável, defende a vida, os direitos humanos e é sensível aos problemas dos empobrecidos. Luta pelo bem comum e é comprometido com o Evangelho."
Se deparar no dia a dia com uma pessoa de estereótipo assim, como supracitado, é algo ímpar atualmente e por que não dizer, raro! Percebe-se que na realidade nos deparamos com perspectivas e condutas que de certa forma acabam se tornando surreais aos preceitos cristãos. É hora de voltarmos ao nosso “eu interior” para refletirmos sobre as decisões que tomamos e as atitudes que temos frente ao mundo, e seus rebatimentos para a vida plena em Cristo Jesus, para saber votar naquele candidato que mais se aproxima dos bons preceitos. O mundo, em sua totalidade, não evidencia os princípios de Ética e Moral Cristã, e muitas pessoas, agindo de forma egoísta, desonesta e cada vez mais materialista, têm procurado sobressair-se com a ignorância e o desinteresse da população. Não atentar à conscientização social significa dizer que continuaremos sustentando o fingimento, a hipocrisia, a demagogia. Pergunta-se: Até quando sustentaremos a nossa posição às margens da consciência, abraçados e entrelaçados com a insipiência crítica, preferindo ignorar as injustiças que ainda assolam a natureza humana?
Irmãos, abrir a nossa mente e o nosso coração ao discernimento e a sabedoria é algo fundamental para nossa conduta de cristãos. Precisamos pedi-los intensamente a Deus, por intermédio de Cristo Jesus, para que, ao votar, o façamos de acordo com a vontade de Seu coração.
Paz e Bem!
Paz e Bem!